Sergio Lima Surrealismo

SERGIO LIMA SURREALISMO

ALLÉGORIE RÉELLE DÉTERMINANT LES PHASES DE SEPT DÉCADES D'ANNÉES DE MA VIE ARTISTIQUE

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SOBRE

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Sergio Lima

(1939) Pirassununga, São Paulo, Brasil

Sergio Lima, nome artístico de Sergio Claudio de Franceschi Lima, filho do também pintor Heros Lima, é escritor, diretor de cinema e pintor. Ao lado de Maria Martins, é o grande nome do surrealismo no Brasil, atuante desde 1955 /56. E já nos anos 1961/62 em Paris, convidado pelo seu fundador André Breton, passa a participar das reuniões do grupo surrealista no café La Promenade de Vénus.

Desde esta época, é o grande dínamo responsável pela revisão e ativação do surrealismo no brasil. Corresponde-se com Maria Martins ( e cartas para Marcel Duchamp), também com Méret Oppenheim, Pierre Molinier, além de Geyser Péret, filho de Benjamin Péret. Situando-se assim desde o início entre os outros grandes representantes da matriz erótica do movimento, com os quais entretém contatos; sobretudo com os escritores Malcolm de Chazal, Magloire de Saint-Aude e Joyce Mansour, e os artistas Toyen, Hans Bellmer, Jorge Camacho e Jean Benôit.

Em 1963 estreou pela editora Massao Ohno com Amore, livro de poesia resenhado pela revista surrealista La bréche e El Techo de la ballena. Esta “narrativa mágica” também ganhou certo destaque no número especial dedicado ao surrealismo do Jornal Letras e Artes (dezembro 1967), onde se pode ler nas palavras de Ernesto Sampaio:

 

…um livro como este, onde o autor é o único depositório dos mecanismos que determinaram a sua criação, aparece-nos como um corpo estranho, um verdadeiro aerolito caído nesta desoladas plagas literárias […] Saudemos em Sérgio Lima um desses efêmeros portadores de leis negras, impetuosas e sem justificação capazes de recusar tudo sem sentimentos, valores, ilusões, esperanças por aquilo que Artaud chama “éter de um novo espaço”. Saudemos nele um desses homem- radar que não aceitam a brusca coagulação do mundo, que nunca perdem a fé na sua possibilidade exorbitante […] é o desejo que torna a magia possível. Em Amore, o desejo é uma sonda que rasga todos os véus da noite e conduz a ser a revelação, ao seu início, a esse lugar onde a sombra do homem ainda consegue projetar-se sobre a natureza, liberta das escórias do bem e do mal, da morte e da vida.

Suas exposições sucedem-se em São Paulo, a começar por “O molde e o seu Modelo”, 1971- Galeria Ars Mobile; “A Festa (Deitada)”,1976 – Museu de Arte de São Paulo e Galeria Luisa Strina; e segue com exposição “Sergio Lima Collages”1978- Galeria Paulo Prado.

Destacamos no texto crítico “As imagens de Sergio Lima”, para esta mostra na galeria Paulo Prado, as seguintes passagens de Mário Schenberg:    

“…A exposição dos trabalhos de Sergio Lima adquire uma importância maior pela sugestão de novos caminhos, num momento em que reina uma grande perplexidade na arte brasileira, e também na arte mundial. […] Cada obra de Sergio Lima possui um espaço interno mágico em que valem leis diferentes das que rege o nosso Mundo Natural, sobretudo uma lei de correspondências formais entre elementos sem correlação no mundo habitual. Assim a significação de um elemento está magicamente vinculada com as dos outros que lhe correspondem, em geral por semelhanças de formas. […] A colagem tornou-se a técnica favorita de Sérgio Lima, talvez por ser a mais adequada para construir mundos mágicos ligados ao cotidiano, diretamente pela presença de objetos materiais ou indiretamente pela inclusão de imagens fotográficas. A referência contínua ao cotidiano tem uma função essencial na poesia visual de Sérgio. Ela se relaciona fundamentalmente com as suas raízes surrealistas, tão importantes. […]O erotismo como vivência do mundo é a raiz da arte mágica de Sérgio Lima.”

Em março de 1994, participa dos debates da “Cultura y Vaguardians en Brasil”, da Vlll Semana de Literatura Hispano Americana, na Universidad La Laguna/ Sta. Cruz de Tenerife, Canárias, onde expõe “Las imágenes en libertad”. E meses depois, ainda neste 1994, participa da exposição, sob a curadoria de Miguel Logroño: “La palabra surrealista”/ Centro de Documentación y Biblioteca del Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofia. Mostra ícono-bibliográfica que “pulsa una de las claves fundamentales del surrealismo: la literaria.” cujo catálogo traz textos de Eugenio F. Granell e Miguel Logroño. Deste último destacamos essa passagem:

“…Voy a expressar uma boutade, producto de la palavra impulsiva más que de la argumentadas. Si el cubismo fue -en la debida parte- íbero/africano/oceánico, el surrealismo fue, es toda via ayer, y hoy americano. Desde el trópico de la palabra, y el ritmo, y el color desde Brasil -y ya cito la palabra portuguesa de un poeta surrealista como Sergio Lima, y sus libros Amore y Collage -hasta los trópicos de la Martinica – y ya cito por este lado a un poeta, la palabra francesa de Aimé Césaire, irreferibe, alguién que puede ser el origen, como un Rimbaud constante, porque en el origen de la expresión surrealista estuvo siempre, porque siempre volvía al origen […].”

 

Suas publicações incluem, além da poesia, uma série de ensaios. Começa com O Corpo significa (1976), que revisita “o mito da unidade e da harmonia do homem”, no dizer de Lélia Coelho Frota, Jornal do Brasil, RJ. E depois Collage…em nova superfície (1984), classificado por Miguel Corrales, como “o livro mais importante dedicado ao tema”.

E logo, respectivamente, publica o Olhar selvagem/O cinema dos surrealistas  (2008) e  Image&Photo na edição de Secrets in red and green (2012), como fotografias de Richard Misiano-Genovese/notas e comentários de Sérgio Lima, pelo selo La belle inutile/NYork.
E por fim o estudo antológico A Aventura Surrealista, Tomo1-1995, Tomo ll-2015. Projeto de grande fôlego que se propõe a compilar as ideias de produções surrealistas pelo Brasil e pelo mundo. Seu terceiro volume, que abrange cronologia crítica dos “anos heróicos do movimento”de 1921 a 1930, está no prelo para a próxima edição, pela editora da USP. Ensaios que se completam com o ensaio Rasgo Absoluto /Edição de bolso do Collages (2017), pelo selo Debout sur l’Oeuf, Figueira da Foz/Portuga.

Retoma a atividade expositiva em 2002, na Colômbia, participa do Festival Internacional de Poesia de Medellin, onde desenha a capa e matéria central da revista surrealista Punto Seguido. No 2007 a Fundação Cupertino Miranda em Famalicão/Portugal apresenta mostra histórica dedicada aos seus desenhos “Sérgio Lima – Fogo tênue incendeia o corpo”, nova mostra retrospectiva organizada pela Fundação Cupertino Miranda, que vem celebrar sua obra em pintura e collage.

Em fevereiro de 2022, participa com collages da Exposição Mundial do Surrealismo no Cairo /Egito. E tem suas collages incluídas na próxima: “Une géopolitique de Phases”, mostra retrospectiva do grupo Phases, em histórica coletiva prevista para a próxima “saison 2023″, na Maison André Breton, em Saint-Cirq-Lapopie, França.

No 2023, maio, convidado para a abertura da mostra temática “Alchimie et Surréalisme – René Alleau – André Breton”, no complexo museológico do Musée Rainaud e Maison André Breton, participa com a palestra “Alleau, allo, alô alô … la makumbá! Péret et Maria
Martins … / Entretiens avec Sergio Lima 1956-1961/2”.

Nesta mesma ocasião, na Maison André Breton, ocorre o lançamento de La Promenade de Vénus, primeira publicação da poesia de Sergio Lima em francês, com seleção da Alta Licenciosidade e tradução de Natan Schäfer e Maurice Nadeau. Edição de novembro 2022, em tipografia manual, ilustrada com as 8 litografias da série “portraits d’Extase”, pelo selo Venus d’ailleurs de Yoan Armand Gil, Gajan/França.

Em abril 2024, participa da organização da “Ceia Surrealista”, com máscaras e cenografia de Lou Dubois e Patricia, que abre a SP-Artes 2024, e da sala especial da Galeria MaPa dedicada ao Centenário do Manifesto do Surrealismo.

Depois, em junho, Sergio Lima é um dos artistas convidados da mostra internacional do grupo surrealista “Marvellous Utopia / Merveilleuse Utopia” no complexo Musée Rainaud/Maison André Breton.

Sergio Lima vive e trabalha em São Paulo, Brasil.

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Sergio Lima, artistic name of Sergio Claudio de Franceschi Lima, son of Hero Lima, paiter, is a writer, film director and painter. In 1963, he made his debut with Amore(Massao Ohno, editor), a poetry book reviewed by the surrealist magazine La Breche. In São Paulo, which included works by Isamel Nery, Alvim Correa, Maria Martins, Flávio de Carvalho, Cassio M’Boy, among others. He publishes, as a catalog for this 1st Surrealist Exhibition, A Phala 1, a magazine of the surrelist movement in Brazil. He held a series of exhibitions in São Paulo, including O Molde e o seu Modelo, as Galeria Ars Mobile, in 1971; A fest(Deitada), at Masp[São Paulo Museum of art] and at the Luise Strina Gallery, in 1976; Sergio Lima Collages, at Paulo Prado Gallery, 1978.

Among the group shows linked to Surrealism, in which he participates in Brazil and abroad, he exihibits with the Phases group, at the International Surrealism ans Fantastic Painting Exhibition, at the Teatro Ibérico, in Lisboa, 1984.
In March 1994, he participated in the debates Cultura y Vaguardias em Brasil, atthe 8th Week of Hispano- American Literature, at Universidade La Laguna, in Santa Cruz de Tenerife, Cenary Islands. Months later, he participated in the exhibition La Palabra Surrealista, curated by Biblioteca of the Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofia, in Madrid.

His publications include, in addition to poetry, a series of essays. It starts with O Corpo Significa(1976)and College… Em Nova Superfície(1984). In 1995, he published the anthological study A Aventura Surrealista, Tomo I, and in 2015, A Aventura Surrealista, Tomo II, a long-term project that aims to compile surrealist ideas and productios in Brasil and around the world. The Third volume, which covers a critical chronology of the “heroic years of the movement”, from 1921 to 1930, is in press, to be released by Editora da Universidade de São Paulo(EDUSP). In 2008 and 2012, respectively, he publishes O Olhar Selvagem: O Cinema dos Surrealistas and Image & Photo, essays that are completed with O Rasgo Absoluto(2017). In 2023, he plans to launch in Brazil ten signed copies of the first publication of his poetry in French: La Promende de Vénus, a numbered edition, printed and distribuited by the artisanal label Venus d’Ailleurs, Gajan, France, in 2022.

He resumes his exhibition activity in 2002, in Colombia, where he participates in the international Poetry Festival of Medellín and designs the cover and main article of the surrealist magazine Punto Seguido. The Cupertino de Miranda Foundation Center for the Study of Surrealism, in Vila Nova de Famalição, Portugal, organizes, in 2007, Return to the Wild: Drawings by Sergio Lima; and in 2016, the retrospective exhibition Fogo Ténue Incendia o Corpo, with works in painting and collage.

In February 2022, he will participate with collages at the world Exhibition of Surrealism in cairo, Egypt, and in 2023 his collages will be included in Une Géopolitique de Phases, a retrospective show by the Phases group, at Maison André Breton, in Saint-Cirq-Lapopir, France.

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